Falando nas celebrações do Dia do Professor, assinalado a 12 de Outubro, o Presidente da República reagiu às críticas relacionadas com a falta de informação oficial sobre a situação que se vive em Cabo Delgado. No lugar de prestar informação sobre o conflito armado e a crise humanitária, Filipe Nyusi preferiu contra-atacar: “Muitas vezes, algumas frentes da sociedade reclamam da falta de informação. De que informação precisam”, interrogou-se, e de seguida anunciou frases sem nenhum valor informativo.
“Estamos a dizer que pessoas estão a matar, estão a queimar casas, estão a assassinar. Estamos a dizer que elas não falam, não dizem quem são e o que querem. Estamos a dizer que as pessoas estão a correr, até dizendo nomes, números e onde se encontram. E dizem que o País tem de dizer…O que temos de fazer é todos nós, os moçambicanos e aqueles que nos ajudam, trabalhar para pôr fim a esta frente. Isto é uma frente de grande envergadura”.
Conforme se pode depreender, Filipe Nyusi disse exactamente aquilo que um Presidente da República comprometido com o Estado de Direito Democrático dispensaria numa comunicação sobre um assunto tão grave como o conflito em Cabo Delgado. Senhor Presidente da República, que em Cabo Delgado estão a morrer pessoas, que há casas queimadas, que há compatriotas deslocados, isso todos os moçambicanos sabem.
O que os moçambicanos não sabem, e gostariam de saber, é o que é que terá falhado para que o conflito evoluísse e se alastrasse para mais distritos de Cabo Delgado? Como justificar, Senhor Presidente da República, a morte de pelo menos 1.500 pessoas e o deslocamento de mais 350.000 pessoas mergulhadas na pior crise humanitária das últimas três décadas? Como é que está a situação na vila municipal da Mocímboa da Praia e na sede do Distrito de Quissanga?
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